Jurema: Descubra as maravilhas e aplicações dessa incrível planta!
A Jurema é uma planta poderosa, por isso, utilizada em muitos rituais ao longo da história brasileira. É uma espécie oriunda do nosso nordeste, carregada de significações e de muita representatividade
Para entender tudo sobre ela, é preciso observar seu histórico, seus efeitos, suas características e seus usos comuns. Assim, torna-se viável entender o poder e o impacto dessa planta, em se tratando de cura e de expansão espiritual.
Leia esse importante artigo completo, sobre essa planta da nossa tradição nacional, cultural e religiosa.
O que é Jurema (Mimosa hostilis)?
A Jurema é uma planta de poder oriunda da caatinga, no nordeste brasileiro, em estados como Bahia, Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Ela apresenta folhas de até 5 cm de comprimento, com 15 a 33 pares de folíolos (que podem medir 6 mm de comprimento).
Entender o que significa essa planta é compreender, também, seus outros dois sentidos.
Jurema é, além de planta, nome de uma tradição religiosa, que faz uso da planta como um importante elemento da cerimônia. Essa tradição tem relações com o xamanismo, bem como com algumas religiões de matriz africana.
Além disso, temos outro significado importante para o termo: a bebida produzida com base na planta.
O uso do chamado vinho da Jurema constitui uma parte importante dos rituais, como uma forma de permitir a abertura e a expansão espiritual. Com isso, há o favorecimento da clarividência, por exemplo.
O termo “vinho” decorre da coloração da bebida, quando extraída naturalmente das raízes.
Um dos destaques acerca da planta é a presença de um alcaloide, chamado de Nigerina. É um importante elemento para ajudar na expansão da mente e na captação de sensações especiais, quase como um sentido a mais, algo que torna os rituais religiosos ainda mais intensos e impactantes.
Ou seja, é o que torna a planta um importante elemento enteógeno (substâncias que alteram a percepção e que estão ligadas a uma importante tradição sagrada).
Há também semelhanças entre a forma como se usa a Mimosa hostilis e a forma de preparação da ayahuasca (veremos um pouco sobre isso).
Com o tempo, a planta evoluiu para outros usos de fora do âmbito estritamente religioso. Hoje, se nota, por exemplo, na psicoterapia e até na concepção de produtos diversos. Esse fenômeno é algo extremamente normal, quando uma planta é mais estudada e conhecida.
Para além dos preconceitos e das concepções distantes que se tem, estudiosos de diversas áreas se dedicam e conseguem entender a grandeza e o poder da planta como matéria-prima.
É importante destacar que não há somente uma árvore chamada de Jurema. Temos:
- Preta, Mimosa nigra ou Mimosa hostilis;
- e a Branca, Pithecellobium diversifolium.
Veremos melhor em detalhes ao longo deste artigo a diferença entre os dois tipos.
Qual a história da Jurema (Mimosa hostilis)?
Historicamente, a Mimosa hostilis está ligada a uma malha de tradições cerimoniais e religiosas, sempre com um destaque por conta de suas características especiais.
Mesmo com a chegada da colonização e a repressão por parte da igreja católica, notou-se que o próprio catolicismo foi influenciado fortemente pela planta e por sua religião associada. O mesmo fenômeno ocorreu, aliás, com outras plantas de poder.
Nesse sincretismo, o uso se tornou ainda mais forte e cresceu até se tornar algo recorrente e bem estabelecido na cultura brasileira.
Assim, a prática de uso de Mimosa hostilis virou um resultado de inúmeros diálogos entre tradições religiosas e cerimoniais.
O que é a Jurema na Umbanda?
A Jurema é uma planta sagrada amplamente utilizada na prática religiosa da Umbanda. É considerada uma entidade espiritual e está associada a diversos rituais e práticas na religião.
Quais os rituais e práticas relacionadas à planta?
Na Umbanda, a Jurema é utilizada em diferentes rituais, como banhos de limpeza espiritual, defumações, trabalhos de cura e proteção e também em oferendas aos guias espirituais.
Suas folhas e cascas são preparadas de diversas formas para potencializar suas propriedades energéticas.
Qual a importância ritualística e religiosa da Jurema?
A Jurema desempenha um papel fundamental na espiritualidade umbandista, sendo reverenciada como uma planta de poder espiritual. É considerada uma conexão com a natureza, os ancestrais e as entidades espirituais.
Seu uso em rituais e práticas religiosas tem o objetivo de fortalecer a conexão com o divino, bem como promover a elevação espiritual dos praticantes da Umbanda.
É importante ressaltar que a Jurema possui significados e práticas específicas dentro da Umbanda, e seu uso deve ser feito com respeito e conhecimento das tradições religiosas envolvidas.
Quais os usos tradicionais da Jurema?
Os usos tradicionais da Jurema na Umbanda são variados e envolvem diferentes práticas espirituais.
Alguns dos principais usos são:
Banhos de limpeza espiritual
As folhas servem para preparar banhos que promovem a purificação e a limpeza energética, de modo a remover energias negativas e promover o equilíbrio espiritual.
Defumações
A queima das folhas da Jurema em forma de defumação é uma prática comum na Umbanda. A fumaça resultante da queima é considerada sagrada e tem o poder de afastar energias negativas, proteger e purificar ambientes.
Oferendas aos guias espirituais
Também se utiliza a planta como oferenda aos guias espirituais, como forma de estabelecer uma conexão com essas entidades e solicitar sua proteção, orientação e ajuda espiritual.
Trabalhos de cura
É utilizada em trabalhos de cura espiritual, seja por meio de passes energéticos, imersões ou outros métodos terapêuticos. Acredita-se que a planta possui propriedades de cura e auxilia no restabelecimento do equilíbrio físico, emocional e espiritual.
Elevação espiritual
O uso da Jurema também está associado à busca pela elevação espiritual e conexão com planos superiores de consciência.
Muitos acreditam que a planta possui propriedades que facilitam a comunicação com entidades espirituais e possibilitam experiências de expansão da consciência.
Quais os efeitos da Mimosa hostilis?
Entende-se que a Mimosa hostilis gere efeitos intensos de visões, clarividência e mediunidade, similares, inclusive, aos da ayahuasca.
Evidentemente, isso depende muito do meio onde a bebida é utilizada. Quando devidamente preparada, com a mentalidade focada no ritual, os efeitos são positivos, dentro do esperado.
É preciso ter respeito às cerimônias e ao poder da planta, dentro desse contexto. As dicas sempre incluem usar com alguma referência, como um pajé ou alguém de autoridade espiritual. Não se recomenda um uso despreparado, sem esse cuidado.
Quais as principais características da Jurema Preta?
Nesta seção, vamos descrever com um pouco mais de detalhes as características dessa planta.
É uma planta da família Fabaceae, clado Eurosídeas I, gênero Mimosa, espécie Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir., etc.
As flores são alvas, pequenas, concentradas em pequenas espigas. Já as sementes são ovais, lisas e castanho-escuro, lembrando um pouco as sementes de angico.
A floração se dá de novembro a fevereiro.
Para que serve a Mimosa hostilis?
Vamos conhecer, agora, alguns usos interessantes da Mimosa hostilis e entenderemos a amplitude dessa planta e sua importância para a cultura e para a economia nacional.
Utilizada na produção de lenha e carvão
Uma das mais interessantes aplicações, sem dúvidas, é na produção de lenha e carvão. Com esse uso, ela pode ser útil para toda uma indústria, além da tradição religiosa.
As propriedades que possibilitam isso são o potencial energético e sua resistência física.
Apresenta atividade antimicrobiana
Também percebeu-se com o tempo a aplicação para cura e tratamentos de saúde. Nesse sentido, é notório o efeito antimicrobiano, que protege a saúde e o corpo humano de forma mais ampla e precisa contra elementos invasores.
A presença de taninos na casca ajuda a desenvolver uma função bactericida e protetora. Por isso, é importante para lidar com ferimentos de caprinos e ovinos.
Empregada em construções civis
Há relatos e estudos da aplicação da planta em construções civis, também, gerando um grande impacto para outro setor da economia. Isso se dá por conta de sua alta resistência e durabilidade. É usada para criação de estacas, pontes, móveis, etc.
Indicadora de recuperação de áreas degradadas
Vale mencionar, também, que a Mimosa hostilis tem um potencial de recuperação de áreas degradadas, o que pode ser importante como integrante em uma ação ou uma campanha, por exemplo.
Por conta de suas raízes profundas, se desenvolve facilmente em solos mais duros e difíceis.
De uso popular e medicinal
Assim como outras plantas de poder, a Mimosa hostilis também tem forte aplicação na medicina, com efeitos curativos impressionantes. Dessa forma, podendo ajudar a aliviar dores e doenças com seu potencial sedativo, sendo um complemento em tratamentos específicos.
Até por isso, seu uso se destaca nos rituais. Outra utilização é a aplicação para fazer uma limpeza que compreende os aspectos físicos e biológicos — pontos que reforçam a questão espiritual.
Pode ser usada para tratamentos de acnes, defeitos de pele, queimaduras, bem como tratamentos analgésicos e regeneradores de células.
Além disso, cura a dor de dente, doenças sexualmente transmissíveis, insônia, lesões cutâneas, úlceras e outros.
Combinada em ritos indígenas
Em ritos indígenas, a Mimosa hostilis é aplicada em conjunção com outras plantas e bebidas para gerar um efeito importante e necessário.
Nesse sentido, atua como um reforço para gerar as visões necessárias e preparar as pessoas para presenciar a conexão com o sagrado.
É importante falar do vinho da Jurema, que é uma bebida feita a partir da planta para funcionar como parte essencial em cerimônias de Umbanda e Candomblé, principalmente em ocasiões de datas especiais.
Em certas situações, é misturado com Nicotina e com Maracujá, para amplificar os efeitos necessários.
Em suma: o famoso vinho é imprescindível para entender o que é Jurema na Umbanda. Essa relação pode gerar enormes análises e discussões!
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Para que serve a Jurema Branca?
Como falamos, existe a variação da planta que é chamada de Jurema Branca.
Essa planta também é usada em rituais cerimoniais, com o propósito de servir como enteógeno, para facilitar a compreensão e a expansão dos sentidos.
Inclusive, há relatos de pajés indígenas que usavam a Jurema Branca para efeitos afrodisíacos e visionários. Além disso, se misturava a bebida ainda com outros elementos para que fosse possível buscar esses efeitos.
Em complemento a isso, há também o seu óleo essencial, que traz vários benefícios importantes para as pessoas.
Podemos mencionar uma ação antiviral, melhor estímulo mental, combate à ansiedade e ao estresse, relaxamento, ação antibacteriana, etc.
Por fim, a Jurema Branca pode ser também adstringente e cicatrizante.
Qual o papel da Jurema no xamanismo?
No xamanismo, a Mimosa hostilis cumpre um papel essencial, assim como em outras tradições religiosas.
Além das Juremas e das significações que já temos no Brasil, ainda há uma espécie de Jurema europeia que logo foi também integrada à nossa cultura e aos rituais xamânicos.
É uma bebida que mistura as raízes da tradicional Mimosa hostilis (a planta) com a Arruda da Síria. Esse tipo de planta se assemelha bastante a ayahuasca, principalmente na forma de consumo, com folhas e cipós.
O efeito também é similar: geração de visões e preparação das pessoas para novos estágios espirituais.
Mas, afinal, quais os principais benefícios da Jurema?
Como já falamos, há benefícios em diversos âmbitos. Um deles é por conta das propriedades curativas e terapêuticas. É possível tratar questões de micróbios, de estética, de rejuvenescimento, etc.
Além disso, há benefícios espirituais e transcendentes, como a preparação e a conexão com o sagrado. Nesse sentido, a planta e a bebida se destacam por permitir que as pessoas alcancem um nível elevado e diferenciado de espiritualidade.
Como preparar a Jurema?
O modo mais comum é por meio da preparação de uma espécie de chá (ou infusão) das raízes. Primeiro, a folha deve ser raspada e lavada.
É interessante destacar o processo de maceração, que é feito com uma pedra. Depois disso, a pessoa pode diluir o que sobrou com água, produzindo uma bebida que se assemelha muito ao vinho.
Quais as formas de consumo da Mimosa hostilis?
Há tradições que misturam a bebida com mel, outras substâncias diversas e até ervas.
Uma boa combinação é usar o análogo da ayahuasca, anahuasca, com Arruda da Síria (Peganum harmala) e Jurema Preta.
Os ingredientes são: 60 gramas de Mimosa hostilis e 20 gramas de Arruda da Síria.
Primeiro, coloque os dois elementos em uma panela. Adicione água e, com o fogo alto, ferva o material. Em seguida, continue mexendo por, mais ou menos, uma hora.
Depois disso, extraia o líquido.
Em seguida, é interessante retornar o material e aguardar uma nova fervura, por uma hora.
Então, faça uma nova extração. Depois, leve para uma nova fervura rápida e extraia 400 ml (quatro doses). Você ainda pode armazenar no congelador e, antes do uso, fazer o descongelamento.
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Preservação e sustentabilidade da Jurema
A preservação e sustentabilidade da Jurema são fundamentais para garantir a sua continuidade e proteger o seu ecossistema.
É importante respeitar as áreas de cultivo natural da planta, evitar a coleta excessiva e adotar práticas de manejo sustentável.
Além disso, é essencial conscientizar sobre a importância da conservação da biodiversidade e dos conhecimentos tradicionais relacionados à Jurema, pois se garante, assim, a sua preservação para as gerações futuras.
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Conclusão
A Mimosa hostilis é uma planta tradicional do nordeste, por isso, carrega parte da identidade nacional.
Como vimos, a Jurema Preta é uma importante planta de poder, com uma longa tradição em cerimônias religiosas brasileiras. Quando falamos em Mimosa hostilis, estamos falando não só de uma planta, mas, também, de uma bebida e uma religião.
Nesse sentido, vale destacar, também, a importância do vinho associado e de suas significações como enteógeno.
Além disso, é importante entender o histórico da Mimosa hostilis e sua relação com as religiões de matriz africana e indígenas. Assim, é possível ter as principais informações sobre a poderosa planta ao longo dos séculos.