Plantas medicinais: o que são, benefícios, formas de utilizar
Plantas medicinais: o que são, benefícios, formas de utilizar
O termo plantas medicinais sempre atrai muita atenção das pessoas. Há um elemento místico associado com a capacidade da natureza de oferecer propriedades para a cura, contudo, o efeito das ervas já é reconhecido pela ciência e pelos acadêmicos.
Ou seja, além de cumprir um papel importante na questão cerimonial e religiosa de comunidades e povos, as plantas também foram adotadas cientificamente como um método de tratamento de doenças.
Nesse sentido, é importante ir além do senso comum e entender a diferença entre ervas com propriedades medicinais e fitoterápicos, bem como entre remédios e medicamentos.
Vamos avançar nesse assunto e descobrir o que há de mais relevante. Saiba mais.
O que são as chamadas "plantas medicinais"?
As plantas medicinais são plantas que apresentam propriedades especiais e terapêuticas para tratamentos. São espécies que possuem certos elementos saudáveis e benéficos ao ser humano.
É importante destacar que as plantas devem ser utilizadas com cuidado, a partir do devido conhecimento dos seus benefícios. Afinal, seu modo de preparo, as partes utilizadas e a dose influenciam em seus efeitos.
Essas plantas causam uma série de boas sensações nos humanos, tais como: alívio de dores, relaxamento, poder bactericida, capacidade anti-inflamatória, entre outros.
É normal que cheguemos ao assunto fitoterapia quando colocamos o tema planta medicinal em pauta. Entretanto, existe uma diferença clara entre os conceitos.
Um medicamento fitoterápico é usado ativamente em terapias e tratamentos contra doenças. É feito a partir de plantas medicinais, com um controle de padronização de quantidade, qualidade, segurança e certificação oficial.
Ou seja, há um processo de industrialização para gerar produtos prontos para consumo e comercialização, de acordo com os princípios científicos para ser benéfico à saúde. O medicamento passa por diversas etapas até chegar ao ser humano.
A erva medicinal usada é aplicada nas doses ideais, de acordo com testagens que são feitas.
Ao passo que o termo planta medicinal sozinho indica o uso de uma planta diretamente da natureza, de forma fresca, sem industrialização.
Outra diferença que você precisa entender bem antes de seguir neste conteúdo é entre remédio e medicamento. Um remédio é qualquer elemento que pode ser usado para aliviar a condição de um paciente ou ajudar no tratamento.
Ao passo que um medicamento é um composto específico, com quantidades controladas e planejadas, que possui certificação oficial para uso em contextos de saúde.
Qualquer alimento pode fazer bem e se tornar um remédio. No entanto, para se tornar um medicamento, um composto precisa de estudos e de comprovação.
Quais são as plantas medicinais mais conhecidas?
Na nossa cultura, as plantas medicinais são extremamente famosas e conhecidas por seus efeitos benéficos.
Vamos falar sobre algumas das mais conhecidas neste tópico.
Alecrim
Atua no controle de dores musculares, dores de cabeça e outras questões relacionadas ao uso do pâncreas. Ajuda a aliviar gases e pode até ser usado como inseticida.
Alfazema
É relaxante, antidepressiva, sendo usada como um chá ou como um óleo. Também é muito forte com um alívio de dores.
Camomila
Alivia cólica e outras dores de estômago e é conhecida por seu efeito calmante. Também é essencial para combater a insônia e as gripes.
Agrião
Pode ser usado para tratamento de calvície, diabetes, dermatoses, atonia intestinal e outras situações.
Eucalipto
É conhecida pelo seu cheiro agradável. É desinfetante, descongestionante e fortificante.
Alcachofra
É extremamente útil. Pode ser aplicada como antioxidante, bactericida, uma ferramenta de controle de colesterol, reguladora do aparelho digestivo, laxante, desintoxicante, etc.
Além de tudo isso, ainda possui propriedades específicas para tratamento de pele.
Babosa
Atua como antisséptica, cicatriza feridas e combate a queda de cabelos. Por isso, é muito usada em cremes e produtos de higiene.
As plantas medicinais e seu uso histórico
Parte do apreço que as pessoas nutrem pelas plantas medicinais vêm do seu uso histórico. Para muitos, essa força da tradição até dispensa estudos e comprovação científica.
Elas vêm sendo usadas por várias culturas como uma forma de tratamento médico para aliviar diferentes sintomas. Como vimos, o potencial das plantas mais conhecidas é enorme para vários quadros comuns.
Em muitas comunidades, a dificuldade de acesso a médicos e a medicamentos é o que determinou o sucesso dessas medicinais naturais. As pessoas recorreram a elas para obter alívio do que estavam sentindo e conseguiram bons resultados.
No Brasil, o uso das plantas medicinais representou um encontro entre as tradições dos povos que viviam aqui: indígenas, africanos e europeus.
Os africanos escravizados trouxeram consigo suas plantas e seu conhecimento baseado no empirismo. Ao passo que os índios também já tinham uma tradição de usar plantas em seus rituais para conexão espiritual e tratamento da saúde.
Também há de se mencionar o uso cerimonial e religioso. Justamente por representar uma ação da natureza com efeitos curativos, as plantas até já foram consideradas como divindades em muitas civilizações.
Na ciência, houve várias contribuições importantes para atestar o uso dessas plantas e chamar a atenção para alguns pontos fundamentais.
Na Grécia Antiga, o pai da Medicina moderna, Hipócrates, acrescentou em seus escritos uma relação entre vegetais e a cura de doenças. Ou seja, isso já era uma realidade comum e interessante para ele nessa época.
O famoso médico e físico Paracelso defendeu bastante a medicina natural, indicando quais doenças poderiam ser combatidas.
Contudo, o estudioso também iluminou as discussões sobre a dosagem de uso, ensinando a todos que a quantidade ideal pode ser benéfica, mas a dosagem errada pode ser prejudicial.
Em suma, antes de muitos cientistas criarem o interesse por pesquisar sobre isso, o conhecimento disseminado era puramente empírico. As pessoas descobriram os efeitos positivos e certos impactos negativos exclusivamente a partir do uso.
Quando a ciência entrou em cena, a medicina, a farmacologia e a química passaram a embasar o uso das ervas e a regularizar sua aplicação. Então, surgiram métodos de comprovação de seus benefícios que complementavam o puro empirismo.
O conhecimento também evoluiu bastante. A própria visão sobre as ervas mudou entre as sociedades.
Aos poucos, avançamos para as diferenciações que apresentamos no começo do artigo, sobre o que é planta medicinal, seu uso fitoterápico e as diferenças para os medicamentos.
5 Formas de utilizar as plantas medicinais
Veremos agora algumas formas de aplicar as plantas medicinais.
1. Em chás
Talvez a forma mais conhecida para aplicar as medicinas naturais que citamos anteriormente. É uma forma até mais simples de preparo, perfeita para o consumo caseiro.
Nesse método, a planta é misturada com água fervida para gerar o objetivo esperado.
É muito comum ver as pessoas recorrerem a chás de plantas como camomila e erva-cidreira para relaxamento e alívio de dores.
2. Compressas
Com panos ou gazes, a pessoa faz uma compressão na pele e aplica as plantas em contato com seu corpo. Assim, os princípios ativos fazem uma ação curativa.
3. Inalação
Outro uso típico é a inalação. Consiste na aplicação das medicinas naturais por vias nasais e respiratórias. É ideal para tratar doenças respiratórias, como a asma.
4. Xaropes
Constitui a produção de xaropes com as plantas para consumo oral, com colheres ou com copos.
5. Empresto
Também envolve amassar a planta e aplicar sobre uma região do corpo. Por exemplo, em casos de dores ou inflamações, uma planta com poder analgésico e anti-inflamatório pode ser usada nesse sentido.
10 tipos de plantas medicinais e seus benefícios à saúde!
Nesta seção, vamos conhecer 10 tipos de plantas que apresentam efeitos benéficos e positivos para a saúde.
1. Ginseng Brasileiro
Atua como um energético, trata a fadiga, alivia dores, fortalece o coração e é até um aliado contra sintomas leves de depressão.
Além disso, controla o mal de Parkinson e o estresse, bem como a impotência e a hipertensão.
2. Artemísia
A artemísia é crucial no combate à febre, aos espasmos no estômago e em outras partes do corpo e no controle de diarreia. Ademais, também é conhecida por atuar contra dores de cabeça, enxaqueca e insônia.
3. Salvia officinalis
Ideal para as mulheres, pois lida com questões do ciclo menstrual (como cólicas ou impasses que ocorrem) e com a menopausa. Os flavonoides da Salvia são os componentes responsáveis por controlar e equilibrar os hormônios.
4. Sucupira
Seu chá ajuda a combater úlceras, amigdalite, artrose, asma, gastrite e outras doenças. Além disso, é aplicada para casos específicos de hemorragias, rouquidão, diabetes, sífilis e até câncer.
5. Cálamo
É estimulante, otimiza a memória, ajuda a rejuvenescer, atua como analgésico e também ajuda em questões respiratórias, como bronquites e asma.
6. Centella asiática
Reduz ansiedade e estresse. Atua em tratamentos de pele, em feridas e psoríase. É capaz de fortalecer o sistema circulatório e de melhorar as atividades do cérebro também.
7. Farinha de Maracujá
Se você precisa de uma erva para ajudar a diminuir o nível de açúcar, a farinha de maracujá é ideal. Também pode bloquear gorduras, de modo a permitir o emagrecimento e gerar uma vida mais saudável.
8. Ginkgo Biloba
Combate o envelhecimento celular, por seu efeito antioxidante. Atua contra varizes e úlceras, bem como artrite, fadiga e perda de memória.
9. Malva Branca
Trata cólicas, ansiedade, dores de garganta. É relaxante. Ajuda a diminuir a pressão arterial, controlar a frequência cardíaca e também pode ser útil como um estimulante sexual. Por outro lado, seu uso contra diabetes também é elogiado.
Além de tudo isso, possui outras propriedades muito comuns em várias outras plantas medicinais: analgésico, anti-inflamatório e antioxidante.
10. Unha de Gato
É uma erva com poder de aliviar dores, combater inflamações, estimular a imunidade, combater a ação viral, etc. Protege as células com sua propriedade antioxidante também, o que contribui para retardar o envelhecimento.
Conclusão
Como vimos, as plantas medicinais são importantíssimas na história da humanidade, pois suas propriedades curativas e benéficas já impactaram muitas vidas.
Tradicionalmente, seu uso está ligado a comunidades antigas, a rituais religiosos e à comprovação empírica de seus efeitos.
Em muitas civilizações, o acesso a médicos e à medicina como conhecemos não era possível, por isso, as pessoas recorriam a plantas.
O fato de que as ervas realmente apresentam propriedades benéficas — seus alcaloides e flavonoides — só ajudou na sua popularização, mesmo hoje.
Com o tempo, a ciência passou a entender e a comprovar o uso dessas plantas. Assim, começou-se a estudar a área da fitoterapia, em que produtos são industrializados e criados com base nas plantas para se tornarem verdadeiros medicamentos.
Apesar disso, o estudo científico também chamou a atenção para o cuidado e para a responsabilidade no uso das plantas medicinais.